Hoje um novo livro. Esse foi um livro
mais pesado. Não daqueles que a gente lê no final do dia sem
precisar usar a cabeça ou sem pensar a respeito da vida.
Quando o livro saiu no ano passado me
chamou atenção de que na sinópse falavam que ele descrevia sua
depressão e que ninguém sabia a respeito antes disso. Como esse
tema me é familiar, queria ler a autobiografia.
Demorou um pouco até eu comprar o
livro (estou tentando não comprar todos os que eu gosto logo de cara
para descobrir se consigo emprestar de alguém ou se passa a vontade
de lê-los). A vontade não passou e em fevereiro comprei em inglês
mesmo, porque prefiro ter só a interpretação do autor e minha e
não ainda de um intérprete.
A primeira vez que li algumas linhas me
pareceu bem complicado. Será que o inglês da biografia seria muito
difícil? Deixei de lado até um momento onde teria mais calma.
E com mais calma comecei a ler de
verdade. Os primeiros capítulos continuaram difíceis. Mas também
interessantes. E quanto mais eu lia, mais fluia. Não sei, se porque
me acostumei com a linguaguem dele, ou se ela realmente mudou no
decorrer do livro. Não chequei depois de terminar, mas suponho que
uma mistura das duas razões é verdade.
Como já aparece na sinopse, o livro é
a autobiografia do Bruce Springsteen. Apesar de quase tudo ser
relatado em ordem cronológica, também há pulos para mais adiante
para depois voltar.
E o que foi que eu gostei?
Primeiro como já escrevi em posts
anteriores, por ser uma autobiografia, mostra como uma pessoa que
escolheu „the big road“ como ele diz, vê sua vida e o que o
levou a ser esse astro mundialmente conhecido.
Segundo quanto mais eu ia lendo, mais a
personalidade dele foi me cativando. Ele mostra muitas das
características que eu quero viver.
- agradecimento a todos que ajudaram na sua trajetória
- as decisões/as músicas tem uma razão de ser (não sei se essa razão era tão clara na hora de tomá-las, mas agora olhando para trás ele encontra uma razão para suas escolhas)
- sucesso não só pelo acaso, mas pelo esforço e dedicação
- tentativa de perdão com as pessoas que foram importantes, mas com as quais por razões diversas houve um rompimento na relação
E por último a constante luta contra
depressão. Mas não uma luta agressiva, mais um tomar cuidado e de
aceitar que o perigo existe, esquecer esse cuidado e entrar numa
crise, sair dela, etc. Para ele um dos jeitos de ir contra é estar
em movimento (shows, motocicleta,...). Essa também a razão do
título do livro „Born to run“.
Esse último ponto me lembra muito a
minha própria trajetória com seus altos e baixos. E como sempre,
quando vejo que outra pessoa já teve experiencias parecidas e que
não sou a única a lidar com certa dificuldade isso me consola e
ajuda.
Foi por isso também que como em um
filme emocionante, passei metade do livro com lágrimas nos olhos e
um sorriso nos lábios.
E para acompanhar a leitura a
biblioteca musical do amazon ou do youtube foi muito boa. Não só
lia a respeito de um álbum, mas conseguia ouvir as músicas e entrar
no espírito descrito.