Montag, 30. Mai 2016

Anita Garibaldi - Heroína de Dois Mundos



Este é um dos muitos livros que me escolheu em uma ida a biblioteca. Lá tem uma prateleira com as novidades ou quando não tem novidades ela é temática. 99% das vezes que eu vou à biblioteca eu saio com algo desta prateleira e além do livro que eu fui lá buscar. Alguns não foram boas surpresas, outros foram incríveis e já li coleções inteiras de um mesmo autor por conta desta prateleira mágica.

Este foi uma ótima companhia.

O livro é contado por duas vozes, Loredana a voz feminina, Anita, Marco a masculina, Miguel. Uma biografia que se permite virar romance, um romance baseado em biografia? Miguel, apaixonado por Anita, desde que ela era apenas Ana, seu nome de batismo (tornou-se Anita após conhecer Giuseppe Garibaldi) intercala os capítulos com os dela, nos possibilitando também a visão dos eventos em que Anita não está presente.

A paixão entre Anita e Giuseppe é avassaladora e faz com que ela abandone um casamento forçado e a cidade onde nasceu, levando o nome de "vadia do pirata" às suas costas. Ela não se importa. Esta feliz, ama Giuseppe, está lutando na guerra por um ideal que acredita e tem ao seu lado Miguel que parte para a guerra com eles.

Uma das cenas que mais me emocionou no livro foi o nascimento do primeiro filho deles. Ela comenta sobre as lembranças de quando o irmão nasceu, um grito da mãe e na sequência a irmã dizendo que tinha nascido o irmão. "Eu o odiei, porque havia feito minha mãe sofrer daquele jeito" A irmã explicou a ela que era normal, que não havia espaço suficiente e a frase mais tocante do momento do parto veio: "Todos temos que encontrar um espaço e para isso fazemos os outros sofrerem? (...) Desde então, estou sempre buscando meu espaço, mas me controlando para não causar sofrimento aos outros"

Outra linda cena transcorre após o falecimento de Rosita. Um escravo liberto por Garibaldi passa a viver com eles e vai junto com Miguel buscar Anita para ficar perto de Garibaldi que estava em batalha. Durante a viagem, que não transcorre bem ele dá a ela a boneca que era da filha dele, também falecida. Uma cena tão linda e delicada, poética e quase à beira da loucura de Anita. Lindo.

A partida para a Itália traz mais dificuldades.

Havia amor entre eles, eles não eram perfeitos, nem como casal, nem como pessoas, mas existia amor. Talvez até mais do que o aconselhável... 

Foi um daqueles livros que quando eu terminei de ler eu fechei e fiquei olhando para a capa com uma sensação de vazio. Uma leitura que me levou poucos dias, pois eu não conseguia parar de ler. Eu conhecia a história por alto, pela escola e pela minissérie "A Casa das Sete Mulheres", que assisti quando criança. Aliás, por mais que descrevessem a Anita como adolescente e depois como jovem e o Garibaldi como loiro, não teve jeito, em minha cabeça eu só "via" a Giovanna Antonelli e o Thiago Lacerda


Dienstag, 24. Mai 2016

Homens e Deuses



Olá. Hoje mais um filme. Percebi que estou escrevendo mais sobre filmes do que sobre livros. Não tinha imaginado isso antes de comeҫar o blog, afinal sou mais leitora do que expectadora (é esse o nome em português?).

O filme de hoje é um filme francês de 2010, “Des hommes et des dieux”, em português „Homens e Deuses“.


 
O filme se passa na Argélia no ano de 1996, durante a guerra civil que acontecia por lá, relatando os acontecimentos dentro e ao redor de um mosteiro trapista com monges francêses. 

Esse mosteiro já existe há muitos anos nesse lugar, é bem aceito e faz parte da cidadezinha onde a maioria é islâmica. Quando comeҫam os conflitos no país, essa “calmaria” muda. Diferentes grupos querem diferentes coisas: uma parte quer que fiquem, outra que tenham uma escolta militar, outros que cuidem dos rebeldes, outros que vão embora.  E essas sugestões em partes são acompanhadas de ameaҫas.
O filme retrata de como essa comunidade de 9 monges lida com a situaҫão. Ficar ou voltar para a Franҫa, como lidar com o medo das ameaҫas, como continuar o trabalho, etc.
O final eu não vou contar, quem quiser saber pode assistir o filme, ler sobre ou me perguntar a parte (para não tirar o suspense).

O que eu mais gostei bastante foram duas coisas. 

Uma que o filme é calmo. Mesmo com um tema tão forte, os personagens não se deixam levar por emoҫões ou aҫões imediatistas. O estilo de vida da região (que parece de algum século bem distante, bem mais devagar do que nossa correria) e também de um monastério, convida a refletir sobre o tema e não tentar resolver ele de um jeito rápido.

E a outra foi o tema de tomar essa decisão. A decisão em si já é complicada e tomá-la em um grupo, respeitando a opinião do outro, continuar convivendo com o outro que tem uma opinião diferente, chegar a um consenso, coloca-lo em prática.... 
(A carta do monge Christian que ele escreve caso aconteҫa algo aos monges é um belo exemplo. Vou colocar no comentário uma versão em português.)

Em fim, um filme que me inspira e me dá esperanҫa de que mesmo em situaҫões absurdas, há a possibilidade de viver de acordo com nossos valores.

Freitag, 20. Mai 2016

Hugo Cabret



Fiquei um tempo sem escrever. Não tanto por não ter lido ou assistido nada, mas porque „life got in the way“ como dizem alguns amigos meus.

Outro dia reassisti o filme Hugo Cabret e como da primeira vez, gostei muito.






 Para mim são duas histórias. Uma do menino orfão que depois de ficar sozinho, trabalhando na estaҫão de trem e precisando roubar para sobreviver, encontra amigos e um lar. E a segunda sobre o comeҫo do cinema.
As duas são bem contadas e o filme consegue juntar elas sem que pareҫa forҫado.

O que mais gostei são as imagens utilzadas. Achei elas muito bonitas, uma mistura de realidade com fantasia (a vista de Paris), muitos detalhes (os relógios dentro da estaҫão com seus mecanismos)para citar algumas características.


E eu não tinha parado para pensar que no comeҫo do cinema para ter filmes coloridos foi preciso colorir todas as imagens a mão. E algumas das técnicas dos efeitos visuais, como as cenas no fundo do mar, também achei bem interessante. Hoje é tão diferente.....


 Essa comparaҫão para mim ajuda a reconhecer que muitos trabalhos hoje são mais fáceis de ser realizados, mas que nem por isso são melhores. Lógico, se eu olhar pelo lado se as cores são mais autênticas, se não é possível ver que é apenas um efeito visual e não a realidade, hoje os filmes são melhores. Mas se eu considerar como critério uma boa história, o divertimento, as emoҫões, isso tudo não faz diferenҫa. Há filmes antigos, técnicamente inferiores que tem tudo isso e filmes novos onde a técnica é perfeita, mas que eu saio do cinema me perguntando porque assisti o filme.
E isso não vale somente para o cinema. Vale para todas as áreas da nossa vida. Seja a internet, que permite acesso à informaҫão e contato bem mais fácil, mas que nem sempre torna as amizades e o conhecimento / sabedoria melhor do que uma carta e o bom e velho jornal e livro.
O forno que tem o regulador de temperatura, circulaҫão do ar quente dentro dele etc, mas que nem sempre faz o melhor bolo.

Assim além de aproveitar um bom filme, minhas reflexões sobre ele colocaram novamente muitas coisas um uma melhor proporҫão, num melhor contexto, sabendo o que é importante e o que não é.

E para você, o que é mais importante? 

Mittwoch, 4. Mai 2016

Joyland


Não é minha primeira experiência com Stephen King e não vou dizer que ele esteja na prateleira dos autores do meu coração, mas vou ter que abrir uma exceção para Joyland!

É a história de um garoto que arruma um emprego de férias em um parque de diversões para esquecer o término de um relacionamento e neste emprego acaba se deparando com um crime do passado, um serial killer.

Este não é um livro de terror como os demais de King, tem um sobrenatural, mas é leve, o fantasma da garota morta no trem fantasma. É um livro que fala sobre amizade, tem tristeza e que vocês não precisam me perguntar, sim eu chorei.

Sim eu leio no ônibus então foi lá mesmo que eu chorei. E hoje já não ligo mais. Acho que ficar mais velha vai nos dando esta liberdade. Eu senti e pronto. Não foi um pranto incontrolável, foi uma emoção. Na verdade 2, pronto não vou esconder.

Vale a leitura. A juventude vista pelos olhos do personagem hoje idoso. E isso deixa tudo ainda mais lindo. Emocionei até mesmo agora lembrando.