Dienstag, 30. Mai 2017

Lila - Marilynne Robinson



Olá. Hj um livro sem ser biografia.




Há algum tempo atrás, não lembro aonde, tinha visto um comentário sobre o livro Gilead e coloquei na lista dos “este vou querer ler um dia e ir olhando até achar”.  Acabei não achando este, mas um outro livro da autora me achou e resolvi começar por ele então.

A história se passa nos anos 40-50 do século passado numa cidade minúscula no meio do nada dos EUA. Lila, uma mulher órfã que tinha levado uma vida nômade com um grupo de trabalhadores rurais, achou trabalho numa cidadezinha, precisou sair de lá devido a complicações da mulher que a criou, passou por um bordel,... chega na cidade de Gilead (que eu descobri mais tarde ser a Gilead do outro livro também) e lá conhece o pastor e os dois começam a se conhecer e a se amar.

O que gostei muito foi a linguagem e o tema, que me lembrou bastante outro livro que já comentei aqui. The Orchadist.
O livro é escrito a partir dos pensamentos de Lila, não na forma de narração de primeira pessoa, mas como um narrador que conhece apenas a visão dela.
Mas como descreve o que ela vê e como sente, nós leitores sabemos dos pensamentos dela, mas muitas vezes também sabemos que na verdade o que ela pensa não é também toda a verdade. As vezes me lembrava uma criança contando uma história, quando os adultos entendem já o que está acontecendo, mas a criança ainda não e ela acha que ninguém sabe.

Ao ler eu geralmente crio uma relação com os personagens, dizendo: essa seria uma pessoa que eu gostaria de conhecer, esse pode passar longe, essa se daria bem nesse grupo, .... Lila foi alguém que eu gostei logo de cara.
Achei interessante que no começo achava ela ser uma menina novinha, bem simples, meio coitada que a gente precisa dar uma ajuda (meio arrogante da minha parte....). E ao longo do livro isso foi mudando. Ela foi mostrando que tem sim muitas coisas a contar, que sabe se virar, tem uma personalidade forte.

Terminei o livro e estou com mais vontade ainda de ler Gilead. Se eu entendi certo pelas descrições, ele conta a mesma, ou parte da mesma história, do ponto de vista do pastor. Quando achar o livro e ler, aviso se é isso mesmo.
E se for, se os pensamentos dele são do jeito que eu imagino que eles fossem sabendo o que Lila sabia. 


Montag, 22. Mai 2017

A inocência dos Pássaros

Este é mais um livro da prateleira de novidades da biblioteca e que me escolheu.


O livro se passa durante a Guerra de Sarajevo. Eu não sei porque, mas os períodos de guerra me atraem de uma maneira geral. Eu não sabia nada sobre esta guerra. Ela ocorreu em um período que eu não tinha idade para me lembrar ou entender os noticiários e que era um passado muito recente (ou talvez pouco relevante) para aprender na escola.

Para a construção da história o jornalista entrevistou várias adolescentes atiradoras de elite para construir a personagem principal. E mostra que alguns conflitos normais da adolescência ainda podem ter lugar em meio ao caos da guerra e que problemas do dia a dia podem continuar a existir ou se tornar de uma trivialidade grotesca.

Apesar da guerra como pano de fundo, ainda existe certo humor, negro em muitos momento é verdade, mas dá para condenar, visto a situação que está sendo vivida?

Rita Lee - uma autobiografia



Hoje mais uma autobiografia do meio da música. A razão por gostar de autobiografias eu já tinha comentado. Conhecer mais sobre os pensamentos de pessoas que realizaram algo fora do “normal” e seguiram uma carreira especial.

Essa eu tinha visto na minha visita ao Brasil em dezembro, mas demorou um tempo até ler. A pilha de livros não lidos está tão grande que simplesmente sumiu do radar e só reapareceu agora. 


 
 E como foram duas em um espaço de tempo curto, não teve como não comparar. Para mim este fato deixou a leitura ainda mais interessante, pois me mostrou alguns valores que eu tenho e que eu não sabia, ou não estavam tão claros para mim.

Por exemplo de ambos terem esposos que fazem parte da banda e que mesmo não aparecendo em primeiro plano para o público são parte essencial do trabalho e que sem eles teria sido bem diferente ou não teria sido.

Outro tema que ambos tem em comum é o amor pelo lugar onde nasceram e cresceram. New Jersey e São Paulo em si são bem diferentes, mas o amor pela cidade natal e a sempre volta para lá me pareceram parecidos. E eu acho muito bom, quando alguém consegue falar com carinho do lugar onde vive.

Em comum também a época que nasceram. Achei interessante conhecer mais da história do Brasil. Como foi a vida em São Paulo nos anos 50 (como meus pais vieram da Alemanha, não tenho histórias de família da minha Sampa e ler histórias sobre a minha cidade de alguém que a ama e conhece outras partes dela é ótimo), a época da ditadura e alguém que não se interessa por política, mas mesmo assim é impedido de fazer o que quer.

Outro fato que mexeu comigo, é que parece que todos que alcançam algo especial na sua vida não chegam lá porque isso lhes foi dado de presente. Precisaram muito esforço, dedicação e fases difíceis. Eu muitas vezes esqueço que a maior parte dos famosos que vejo no auge da carreira e só no palco passou por tempos nada boas com doenças, brigas familiares, vícios, pobreza, ....

No entanto existem também muitas diferenças nas biografias. Bem diferente de Bruce Springsteen é a linguagem, ela usa mais gírias (ou eu não identifico como gírias o jeito dele escrever...) e inserido tem um fantasma que comenta ou corrige quando as lembranças não batem totalmente com a realidade.
Estes dois tipos de escrever para mim refletem as personalidades. Bruce Springsteen mais pensativo e ponderado, Rita Lee mais porra louca. (comentário a parte, “loucura” para mim é um elogio).

Até ler o livro conhecia muitas músicas da Rita Lee, mas não tinha me preocupado muito em saber mais sobre ela como pessoa. E achei bem legal (comentário da minha amiga Marina: “a biografia da Rita Lee pode ser legal????”  - e ela tem razão, muitas coisas não são legais, teve drogas, escândalos, prisão, ... no meio). Esse legal, que dá vontade de cruzar com ela numa festa e bater papo sobre deus e o mundo.

Seguir em frente escrevendo mais sobre o livro seria pegar passagens específicas para comentar, mas para hoje isso seria longo demais. Quem sabe mais para frente ao trocar ideias sobre o livro.


Donnerstag, 18. Mai 2017

O próximo ítem da lista

Posso dizer que este livro me escolheu...

Ele estava lá na prateleira de novidades da biblioteca. A mesma prateleira que já me trouxe surpresas maravilhosas e desapontamentos. É a minha prateleira do impulso. Leio a sinopse e pego, não penso duas vezes. É a minha oportunidade de conhecer um autor novo!


Porque me cativou?

Pela sinopse que me pegou no momento certo.

Não me recordo exatamente se eu já havia terminado o coaching ou se estava terminando, mas uma pergunta dele havia me ficado na cabeça. "Quais são meus sonhos?"

Eu descobri que não tenho mais sonhos e isso doeu. Como doeu.

O que isso tem com o livro?

A protagonista, que não tem sonhos a realizar e vive uma vida absolutamente sem propósito, resolve realizar uma lista de desejos de uma pessoa que morreu antes de completar a lista que carregava na bolsa. A história é simples, leve, divertida, mas muito bem escrita.

Definitivamente aprovado!